"Bloody Sunday" foi há 35 anos

Um pouco de história...

A 30 de Janeiro de 1972, uma manifestação da Associação pelos Direitos Civis na Irlanda do Norte, no bairro de Bogside, em Derry, era reprimida pelo primeiro batalhão do regimento de pára-quedistas do Reino Unido. O ataque provocou a morte imediata de 13 pessoas e cerca de 30 feridos graves, dos quais um viria a falecer quatro meses mais tarde. A data passou a ser conhecida por "Bloody Sunday", Domingo Sangrento.

Na altura, 22 mil soldados britânicos ocupavam a Irlanda do Norte. O contingente vinha a aumentar desde Outubro de 1969, quando se intensificaram os conflitos entre protestantes e católicos, depois de uma primeira manifestação no mesmo bairro. A acção da polícia civil provocara então cinco mortos e o fecho de Derry. A violência levara igualmente à reorganização dos movimentos de luta contra a presença britânica e às primeiras acções regulares de guerrilha urbana, depois de vários anos.

Em 1972, os acontecimentos do Domingo Sangrento acabaram por consolidar o clima de guerra que já se vivia. O IRA dividiu-se em dois grupos: os "oficiais", que acreditavam no movimento político e na participação nos parlamentos de Londres, Dublin e Belfast, e os "provisórios", que só aceitavam a luta armada.

Em Março de 1972, uma resolução do Governo britânico fechou o Parlamento de Belfast e definiu um governador local para o território. Em 1973, com o objectivo de isolar os movimentos armados, Londres promoveu um referendo sobre a independência, mas a maioria protestante deu a vitória à permanência da Irlanda do Norte no Reino Unido. A guerra civil, no entanto, já estava instalada no quotidiano da região.

Nota: Os U2 imortalizaram esta data com a música "Sunday Bloody Sunday". Podem ouvi-la aqui ao lado no Hi-Fi.